O mioma uterino tem que ser tratado com cirurgia?
Você sabia que o mioma é o tumor mais frequente na mulher? Ele não é considerado um câncer e sua origem é da própria fibra muscular que constitui o corpo uterino, o miométrio.
O que acontece é que ele inicia uma proliferação, reproduzindo exatamente a mesma fibra muscular, com arquitetura modificada para estruturas ovaladas, como se fossem pequenos novelos da lã, que se desenvolvem dentro do miométrio.
A indicação de cirurgia vai depender da localização do mioma. Somente um especialista é capaz de avaliar a necessidade de se operar ou não.
É possível encontrar os nódulos de mioma em 3 posições:
- Sub-mucosos: bem junto ao endométrio;
- Intra-murais: no interior do miométrio;
- Sub-serosos: bem perto da camada externa do útero.
Os principais sintomas do aparecimento de miomas são: aumento do fluxo menstrual, podendo chegar a ocorrência de coágulos, dor no baixo ventre ou na relação sexual, aumento do volume abdominal e dificuldades para engravidar.
O diagnóstico dos miomas é feito através do exame ginecológico de rotina e a ultrassonografia transvaginal, onde podemos evidenciar perfeitamente a localização e o tamanho deles.
Nem sempre é necessário fazer cirurgia. A avaliação de seu ginecologista é essencial para definir qual o melhor tratamento.
Em geral, opera-se os casos que estão com muitos sintomas, como por exemplo, hemorragias mensais, que levam até a anemia, dores tipo cólicas, que não se controla com antiespasmódicos, ou aqueles úteros muito volumosos.
Já o tratamento clínico com medicamentos que diminuem o desenvolvimento do mioma é possível para aqueles miomas pequenos ou quando se quer preservar a paciente de cirurgias. Isto porque o medicamento não elimina o mioma, mas atrofia o seu desenvolvimento.
Tipos de cirurgia para retirar mioma uterino
Existem basicamente dois tipos de cirurgias indicadas para a retirada do mioma uterino: a miomectomia e a histerectomia.
A miomectomia consiste na retirada somente do mioma, quando se pensa em preservar o futuro reprodutivo da paciente (aquelas que estão fazendo tratamento para engravidar ou ainda não engravidaram até os 40 anos).
Outra opção é a miomectomia por video-histeroscopia, onde se pode retirar os miomas sub-mucosos sem corte no abdômen, utilizando a filmagem da cavidade uterina e equipamento cirúrgico que “raspa e coagula” o mioma pela parte interna do útero .
Já nos casos em que os miomas são muito volumosos e não se visa o futuro reprodutivo da paciente, a histerectomia (retirada do útero) é a cirurgia indicada para resolver este problema.
O importante é que você faça visitas regulares ao ginecologista e discuta com ele todas as possibilidades de tratamento para o mioma uterino!
Artigo escrito pela Dra. Patrícia Varella
Ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana assistida
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana AssistidaMédica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), também fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na mesma instituição.
CRM-SP nº 93928