O que é episiotomia?

Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana Assistida

Segundo a pesquisa Nascer no Brasil, 56% das mulheres brasileiras que realizaram parto normal sofreram com a episiotomia, também conhecida como “pique”.

Entretanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um índice entre 10% e 30% dos casos. 

Como essa prática ainda é comum, apesar de suas desvantagens para a saúde da mulher, é fundamental encontrar uma profissional de confiança que trabalhe de forma humanizada e segura com obstetrícia e ginecologia.

Pensando nisso, vamos te explicar sobre:

  • O que é episiotomia?
  • Quais as desvantagens?
  • Quando é possível realizá-la? 

O que é episiotomia ?

A episiotomia é um corte realizado no períneo da mulher (entre a vagina e o ânus), no final do parto, quando a cabeça do bebê está saindo. 

O procedimento tem como objetivo ampliar o canal de saída do bebê para facilitar o parto normal. 

Ele é realizado quando a mãe não apresenta dilatação suficiente para o nascimento.

Durante décadas, acreditou-se que essa técnica protegia a mulher de lacerações maiores e antecipava a saída do recém nascido. 

Foi na década de 40 que essa prática se popularizou, com a migração dos partos do ambiente domiciliar para o ambiente hospitalar.

Entretanto, hoje sabemos que os danos provocados pela episiotomia são maiores que seus benefícios. 

Em 1999, Marsden Wagner da OMS se referiu a episiotomia como “mutilação genital feminina”. 

Desde então, muitos profissionais adotaram condutas humanizadas em sua prática obstétrica. 

A episiotomia deve ser realizada apenas em casos de emergência obstétrica e o profissional de saúde deve estar apto a reconhecer esses momentos para evitar violações.

A seguir, entenda porquê a episiotomia é nociva para a saúde da mulher quando realizada sem necessidade.

Quais as desvantagens da episiotomia?

Nosso corpo está naturalmente preparado para esse momento, assim, os tecidos vaginais se dilatam para o nascimento.

Isso significa que não são todos os partos naturais em que há risco de rasgos e lacerações para a saída do bebê. 

Ou seja, a episiotomia deve ser realizada apenas em casos excepcionais, quando a dilatação insuficiente pode ocasionar rompimento natural da pele. 

Suas desvantagens são:

  • É muito doloroso para a mulher.
  • O processo de cicatrização é difícil.
  • Pode ocasionar lesões nos músculos da área íntima.
  • Incontinência urinária e fecal.
  • Pode ocasionar infecção no local cortado.
  • O tempo de recuperação pós-parto aumenta.
  • Problemas na vida sexual da mulher em razão de dores, lesões e má cicatrização.

Quando realizar a episiotomia?

O procedimento deve ser realizado apenas nos casos em que há risco elevado de rompimento na pele da mulher ou que o bebê se encontra em risco de vida

Seu papel é fundamental para emergências obstétricas, apenas.

Ah! É importante você saber que a gestante pode dizer para a equipe médica que não aprova esse procedimento!

Nesse caso, o médico não poderá realizar a episiotomia, apenas se houver necessidade em razão de uma emergência obstetrícia, para evitar prejudicar o neném.

Essa prática é considerada ilegal quando realizada de forma desnecessária.

É fundamental encontrar uma profissional com respeito ao bebê e à mãe!

Para receber um acompanhamento especializado e de confiança, agende sua consulta com a Dra. Patrícia.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana Assistida

Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), também fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na mesma instituição.
CRM-SP nº 93928