A maioria dos casais planeja ter um filho após algum tempo junto. Isso é natural do ser humano e, apesar de parecer algo simples, esse desejo pode não se realizar da forma como imaginamos. E é aí que entra a reprodução humana assistida.
É importante destacar que um casal sem nenhum fator limitante para engravidar, tendo relações sexuais regulares (aproximadamente 3 vezes por semana) tem cerca de 25% de chance de conceber a cada mês.
Depois de um ano de tentativas, 85% dos casais conseguem obter uma gestação. Contudo, muitos deles não conseguem alcançar uma gestação e este número tem aumentado nos últimos anos.
Só é possível caracterizar a infertilidade quando um casal com vida sexual ativa e sem usar qualquer método anticoncepcional não consegue engravidar após um ano.
Somente um especialista pode escolher o melhor tratamento, que dependerá da causa e da duração da infertilidade, bem como da idade da mulher.
Principais tratamentos de reprodução humana assistida
Abaixo listamos alguns dos principais tratamentos de reprodução humana assistida.
Congelamento de óvulos
O congelamento de óvulos tem sido cada vez mais procurado. Estima-se que, ao nascer, a mulher tenha por volta de 7 milhões de óvulos, valor que reduz-se aos 500 mil quando ocorre a primeira menstruação, e que chega a menos de 25 mil aos 42 anos. Além disso, com o envelhecimento acontece também a perda da qualidade dos óvulos.
Outro ponto que deve ser levado em conta, quando se deixa para engravidar após os 35 anos, é que os riscos de abortos e malformações, além da Síndrome de Down.
Por tudo isso, o congelamento de óvulos tem se tornado uma grande opção de preservação da fertilidade para mulheres. Contudo, é importante enfatizar que o fato de congelar óvulos não garante uma futura gestação.
Basicamente, o tratamento para congelamento de óvulos é relativamente simples. A partir do 3º dia da menstruação, a paciente começa a tomar medicações à base de hormônios, para induzir a ovulação, por cerca de 10 dias, que otimizarão a resposta dos ovários, auxiliando no crescimento dos folículos que já estavam disponíveis naquele determinado mês em que ocorrer a estimulação.
Os óvulos são coletados dos ovários, por volta do 14o dia do ciclo, com a ajuda de uma agulha acoplada a um transdutor transvaginal de ultrassom através da aspiração do líquido dos folículos ovarianos. Depois, eles são conduzidos ao laboratório e são armazenados na incubadora para finalizar a maturação por cerca de 2 horas.
Após este período, é feita uma seleção dos óvulos maduros que são os adequados para a futura fertilização, e que posteriormente são congelados em nitrogênio líquido a -196ºC.
Tratamento para FIV
A Fertilização in Vitro (FIV) é uma técnica utilizada para ajudar os casais que querem ter filhos, mas não conseguem naturalmente.
O tratamento se inicia com a realização de exames para o diagnóstico de infertilidade. Após definido que será realizada a FIV, a paciente começa a tomar uma medicação para estimular a ovulação, diariamente, através de injeções subcutâneas.
Quando os folículos atingem 18 a 20 milímetros, eles já estão maduros e é chegada a hora de fazer a retirada dos óvulos. Uma medicação que completa a maturação do óvulo é indicada e a coleta do óvulo é feita em média 36 horas após a aplicação do medicamento.
Também é necessário fazer a coleta de espermatozóides que, após a avaliação laboratorial, são selecionados os melhores para dar sequência ao tratamento.
Oncoinfertilidade
A Oncofertilidade se baseia em alguns métodos para tornar possível que o paciente com câncer consiga ter filhos no futuro. Entre eles podemos citar:
- Bancos de gametas: é a melhor alternativa quando há tempo suficiente para a coleta de material, o congelamento e o armazenamento de óvulos e sêmen. Quando o paciente já tem um parceiro definido, a fecundação pode ser realizada e os embriões congelados, aumentando as chances de sucesso de gestação no futuro.
- Doação de gametas: quando a preservação de gametas ou embriões não pode ser feita ou a gestação a partir do material congelado não tenha sido bem sucedida.
- Útero de substituição: é permitido no Brasil entre parentes de até quarto grau desde que não envolva transações comerciais. É recomendado nos casos em que o útero sofre danos durante o tratamento do câncer.
Para saber mais sobre os tratamentos recomendados quando a gravidez natural não é possível, agende uma consulta!
Artigo escrito pela Dra. Patrícia Varella
Ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana assistida