Gestação de alto risco: causas e tratamentos
A gestação de risco é uma condição pela qual a gestante e seu bebê em desenvolvimento podem sofrer alguma complicação durante esse período ou no momento do parto.
A médica obstetra é quem avalia e diagnostica a futura mamãe, por meio de avaliação clínica e exames complementares, uma vez que, doenças podem surgir e que precisa de acompanhamento e restrições específicas a fim de protegê-los até o dia do nascimento do bebê.
É importante lembrar que toda mulher que deseja engravidar precisa ter cuidados com a saúde muito tempo antes de chegar à concepção, porque isso garante o bom desenvolvimento fetal e a segurança da parturiente.
Logo, um check up ginecológico deve fazer parte da rotina da mulher que, inclusive, a protege de doenças como o câncer de mama e colo do útero, das quais acometem muitas brasileiras anualmente.
Causas da gestação de alto risco
O corpo da mulher gestante sofre grandes transformações para que o crescimento do bebê, que por sua vez, também espera-se que sua formação seja saudável, sem anomalias ou doenças, entretanto, algumas causas estão associadas à gestação de alto risco, como as listadas a seguir:
- Gestantes abaixo dos 17 anos e acima dos 35 anos;
- Portadoras de doenças cardíacas como hipertensão;
- Disfunções da tireoide;
- Doenças pulmonares;
- Infecções, dentre elas as sexualmente transmissíveis, urinária;
- Toxoplasmose;
- Problemas de coagulação que levam à formação de trombos (tromboembólicos);
- Gestação gemelar ou múltipla;
- Diagnóstico de malformação congênita fetal;
- Alterações cromossômicas;
- Redução e dilatação do colo uterino durante a gestação (insuficiência istmo-cervical);
- Rotura prematura de membranas ovulares precoce (RPM);
- Trabalho de parto prematuro;
- Pré eclâmpsia (hipertensão gestacional);
- Diabetes, incluindo a diabetes gestacional;
- Baixa imunidade da gestante;
- Consumo de álcool, cigarro e drogas antes e durante a gestação;
- Peso acima ou abaixo do esperado durante o período gestacional;
- Mulheres que tiveram 5 ou gestações anteriores;
- Complicações na gravidez anterior.
Portanto, perceba que as causas que levam a uma gestação de alto risco não necessariamente surgem no início da gravidez e que, mesmo uma mulher saudável, se não tomar os cuidados necessários nas próximas 36 a 40 semanas, pode vir a desenvolver complicações para si e para o bebê.
Fatores que levam a gestação de alto risco
Exceto pelas causas características da própria gestante, há alguns fatores que predispõem a gestação de alto risco, que quando conhecidos podem ser evitados. São eles:
- Dieta de baixo valor nutricional;
- Automedicação que trazem riscos ao feto e à mãe;
- Exposição a agentes infecciosos, produtos químicos e radiação;
- Peixes e frutos do mar com alto teor de mercúrio;
- Estresse e outros transtornos mentais.
A saber, estudos voltados para a medicina pediátrica consideram que os primeiros 1000 dias do bebê, sendo desde a gestação até seu primeiro ou segundo ano de vida são fundamentais para garantir a ele uma vida saudável.
Logo, os cuidados da gestação e amamentação devem ser seguidos à risca, onde o corpo da mãe é produtor das substâncias mais importantes para seu filho e claro, benéfico para si mesma.
Sintomas da gravidez de alto risco
A princípio, o pré natal, bem como os exames que acompanham cada período da gestação são essenciais para evitar a gravidez de alto risco.
No caso das mulheres que fazem tratamento para infertilidade e que alcançam a concepção, os cuidados são redobrados para que seja consolidada a gravidez e que possibilite um parto mais tranquilo.
Porém, com a correria do dia a dia e o estilo de vida pós moderno, alguns sinais e até sintomas da gravidez de risco podem passar despercebidos em muitas gestantes, portanto, fica o aviso para sensações e desconfortos persistentes, além de sinais que caracterizem um aborto um parto prematuro como:
- Dor abdominal;
- Dor de cabeça;
- Visão embaçada;
- Febre;
- Não sentir os movimentos do bebê por mais de um dia ( após a 20ª semana gestacional);
- Inchaço assimétrico nas pernas;
- Odor forte;
- Alterações de cor e cheiro no corrimento vaginal;
- Sangramento vaginal ou sinais de sangue na urina ou no corrimento;
- Dores pélvicas;
- Coceira vaginal intensa;
- Sensação de queimação na vagina;
- Dor ou ardência ao urinar;
- Contrações uterinas constantes e ritmadas;
- Rompimento da bolsa amniótica.
Por fim, sinais como este devem ser informados ao seu obstetra com urgência a fim de identificar a situação e orientá-la da melhor forma.
Cuidados durante a gravidez de alto risco
É importante que a gestante se informe quanto ao seu estado de saúde, bem como, o andamento da gestação, para que o alto risco não leve a consequências como a perda do bebê ou o óbito da mãe.
Portanto o primeiro cuidado é com a alimentação que inclui os suplementos como ácido fólico e outros que podem ser solicitados de acordo com a saúde materna.
Além das visitas às consultas de pré natal com uma médica obstetra é interessante pedir uma avaliação de nutricionista e até de um educador físico quando não há contraindicação.
Concluindo, quando a gestante encontra-se nesta condição, os riscos ainda continuam, mesmo após o nascimento, conforme o diagnóstico encontrado, que pode levar parturiente ou recém nascido a tratamentos intensivos até a melhora necessária.
Tratamentos para gestação de alto risco
Atualmente, há muitos tratamentos disponíveis para evitar que a gestação de alto risco prejudique a longo prazo ou de forma permanente mãe e bebê.
Uma vez identificado o problema, a obstetra responsável pela gestante indica o procedimento adequado que ajude no controle ou estabilização da condição.
Entretanto, alguns tratamentos são comuns e que mostram eficácia em muitos casos na gestação de alto risco, como a Cerclagem e o Pessário, que são procedimentos cirúrgicos que atuam para minimizar as consequências do Insuficiência Istmo Cervical.
A depender do fator prejudicial da gravidez, é feito o tratamento com ajuda médica multidisciplinar, com nutricionistas, endocrinologistas e cardiologistas.
Logo, o tipo de parto não dependerá da escolha da mãe e, sim, das condições que a saúde permite fazer com mais segurança.
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Artigo escrito pela Dra. Patrícia Varella
Ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana assistida
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana AssistidaMédica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), também fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na mesma instituição.
CRM-SP nº 93928