Infertilidade: sintomas, tratamentos e causas

Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana Assistida

Atualmente, cada vez mais mulheres estão deixando a gravidez para um momento mais estável de suas vidas, o que se não houver um planejamento prévio, pode ser que se depare com a infertilidade, por isso, compreender as causas, sintomas e tratamento ajudam na descoberta precoce, bem como, no aumento das chances de engravidar.

O que é infertilidade?

A saber, a infertilidade é quando o homem ou mulher possui dificuldade para reproduzir, que pode ser por vários fatores do qual você verá mais adiante.

Embora os homens também apresentem dificuldades de reproduzir, a infertilidade feminina, sobre a qual vamos abordar, pode atingir cerca de 15% das mulheres que desejam engravidar, mas que ainda há chances de concepção quando feitos o diagnóstico e tratamento adequados.

Diferença entre Infertilidade e Esterilidade

A princípio, muitos utilizam os termos infertilidade e esterilidade como sinônimos, entretanto, é preciso esclarecer que a infertilidade se refere à dificuldade da mulher na concepção, enquanto que a esterilidade significa que as chances de reproduzir são nulas, mesmo com os tratamentos existentes.

Outra diferença é que a infertilidade tem causas específicas e a esterilidade pode ter outras, que impedem a geração de filhos, mas para esse veredicto é necessário que a mulher seja avaliada por uma especialista em reprodução assistida.

O que causa a infertilidade na mulher?

Muitas podem ser as causas de infertilidade na mulher, desde disfunções na parte reprodutiva, até fatores como obesidade e tabagismo podem distanciar o sonho de ser mãe.

Sobretudo, a gestação depende dos ovários, tuba uterina e útero, logo, quando algum deles apresenta algum problema começa a apresentar falha na fertilização natural.

Outras causas comuns da infertilidade são:

  • Disfunções hormonais que influenciam na ovulação;
  • Mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP);
  • Problemas com as trompas uterinas e pelve;
  • Endometriose;
  • Laqueadura (Ligadura das trompas);
  • Muco cervical hostil (bloqueia a passagem dos espermatozoides);
  • IST’s como a Sífilis, infecções por procedimentos cirúrgicos anteriores e miomas no útero;
  • Idade avançada ( a partir dos 35 anos).

Sintomas da infertilidade feminina

A mulher precisa ter cuidados com sua saúde reprodutiva desde a adolescência, quando começa a menstruação, e observar os sinais que seu corpo emite a cada ciclo.

Uma vez que menstruações desregulares, cólicas insuportáveis e sangramentos intensos podem ser sinais de problemas que interferem no futuro daquelas que desejam ser mãe.

Além disso, é importante o check up ginecológico precoce também para evitar que infecções e doenças como o câncer, diminuam a qualidade de vida da mulher.

Primeiro sinais de infertilidade

Quando a mulher decide engravidar, é normal que tenha feito apenas exames de rotina comuns, onde a ginecologista obstetra é responsável por orientar a mulher nesta fase da vida.

O sinal primário de infertilidade é quando a tentante parou de usar métodos contraceptivos e, após 1 ano de relações sexuais constantes, não obteve sucesso de gravidez.

Então, é indicado que o casal busque aconselhamento médico a fim de identificar se a causa da infertilidade provém de disfunções do corpo da mulher ou do homem, e no caso de resultado positivo para ela, outras abordagens complementares serão realizadas.

No caso da paciente ter ciência da infertilidade, os exames e tratamentos específicos já são realizados a fim de inverter esse quadro e ajudar a mulher na concepção.

Outro fator comum é a ansiedade deliberada para engravidar que pode inibir a ovulação e desregular os hormônios do corpo, mesmo em pacientes que não apresentem nenhum problema fisiológico.

Além disso, é válido tomar cuidados no estilo de vida durante o planejamento, pois problemas com peso, estresse, sedentarismo, uso de medicamentos sem aconselhamento médico, anabolizantes, consumo de drogas, má alimentação, consumo exagerado de bebidas alcoólicas também podem atrasar a tão sonhada gravidez.

Outros sinais que a mulher precisa estar atenta são:

  • Dor durante a relação sexual, que pode indicar infecção, tumor benigno mioma ou endometriose;
  • Sinais emitidos pelo corpo como: ganho ou perda de peso inexplicável;
  • Problemas na pele como acne intensa, pelos na face, queda ou cabelos mais finos;
  • Mãos e pés frios sem motivo aparente;
  • Perda do desejo sexual ou diminuição da libido;
  • Secreção dos mamilos ou alteração nos seios.

Exames para identificar a infertilidade feminina

Após uma avaliação clínica, alguns exames ajudam a identificar o tipo de infertilidade feminina e assim, orientar o tratamento mais adequado para a paciente.

Então, os exames mais comuns para identificar a infertilidade feminina são os descritos a seguir e cada um deles se complementam, sendo realizados em diferentes ciclos da mulher.

Seleção do folículo dominante ou recrutamento folicular

Tem como objetivo selecionar o óvulo que recebe um estímulo maior de estrogênio durante o período fértil.

Ultrassonografia transvaginal 

O exame ajuda a identificar o potencial uterino quanto ao volume ideal que capacita fertilização dos ovários.

Além disso, é no exame de ultrassonografia transvaginal que avalia o muco cervical e suas características e condições que possibilitam ou na fertilização. 

Exame de sangue 

Em especial, o exame de sangue é realizado durante o período lúteo, onde é calculada a quantidade da progesterona e estrogênio, responsáveis por promover uma gravidez bem sucedida.

Histerossalpingografia

É um exame de raio-X das trompas e do útero, onde é injetado líquido no interior do útero, preenchendo-o até as tubas, que tem como finalidade verificar possíveis anomalias na região, além de oferecer imagens importantes e de alta qualidade de todo o sistema reprodutor feminino.

Tratamentos para infertilidade

Os tratamentos de infertilidade, ou tratamentos de reprodução assistida são indicados de acordo com os exames e resposta a tratamentos anteriores, que por alguma razão não sucederam a gravidez.

Por isso, o acompanhamento de uma especialista em reprodução assistida, bem como, seguir à risca suas orientações, fazem toda a diferença no tratamento contra a infertilidade.

Fertilização in vitro

Indicado principalmente para pacientes que sofrem de obstrução das tubas uterinas, casos de endometriose nível avançado ou que apresentam baixa produção de gametas, a Fertilização in vitro (F.I.V) consiste em fertilizar os óvulos em um laboratório e posteriormente transferir os embriões para o útero materno.

Inseminação artificial

Conhecida também como inseminação intrauterina (IIU) consiste na transferência do sêmen para a cavidade uterina, durante o período fértil da mulher. É muito indicado nos casos em que muco cervical está muito espesso onde impede a passagem dos espermatozóides às trompas e em irregularidades na ovulação e colo do útero.

Relação sexual (ou coito) programado

A partir da reprodução assistida e acompanhamento do período fértil da mulher, o método é feito por meio da estimulação ovariana, seguido da indução da ovulação com uso do hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG) e por fim, as tentativas de gravidez por meio das relações sexuais.

A técnica de fertilização por coito programado, é comumente indicada para mulheres que sofrem da anovulação (ausência de ovulação) devido a síndrome dos ovários policísticos (SOP).

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Artigo escrito pela Dra. Patrícia Varella 

Ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana assistida

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana Assistida

Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), também fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na mesma instituição.
CRM-SP nº 93928