O que falar em uma consulta com ginecologista

Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana Assistida

A dúvida de muitas mulheres, inclusive, das que já frequentam há muito tempo, é sobre o que falar em uma consulta com ginecologista, e hoje vamos esclarecer esse assunto.

Bem, já é algo significativo à saúde da mulher, a decisão de ir ao ginecologista, seja para fazer um check up ginecológico ou para algo pontual, o que contribui para a prevenção de inúmeras doenças, bem como, o diagnóstico precoce e tratamento, quando necessário.

O que falar em uma consulta com ginecologista

Em primeiro lugar, encontrar um profissional de confiança, nem sempre é uma tarefa fácil. O ideal é que se sinta confortável o suficiente para tirar todas as suas dúvidas, mesmo que não sejam relacionadas à parte reprodutora feminina.

Afinal, o médico, independentemente de sua especialidade, pode lhe ajudar com algum aconselhamento ou indicação de outro profissional, se for o seu caso.

Portanto, falar abertamente sobre o que lhe trouxe à consulta, buscando a melhora para si, é o ponto principal, e é para isso que serve a consulta com ginecologista.

Contudo, o que falar em uma consulta com ginecologista ainda é um tabu, principalmente quando o assunto é sexualidade ou reprodução. Isso porque muitas mulheres demonstram timidez em tirar dúvidas sobre seus desejos e alterações hormonais.

Baixa libido

Baixa libido ou diminuição do desejo sexual pode ter várias causas e fatores, e ao perceber que isso está acontecendo, é importante falar com a ginecologista, principalmente, se possui uma vida sexual ativa, onde seu parceiro (a) também percebe a diferença.

Fazer sexo é saudável, inclusive na gestação (exceto em gestação de alto risco), pois libera hormônios benéficos à saude, portanto, falar sobre esse assunto com ginecologista ajuda você a melhorar de forma natural a sua libido, ou ainda, indicar outras alternativas mais apropriadas ao seu caso.

Menstruação desregulada

A menstruação irregular pode afetar desde adolescentes até mulheres adultas, portanto é importante observar:

  • Ciclo menstrual (normal) a cada 21 ou até 35 dias;
  • Intensidade do fluxo, se diminuiu ou se está excessivo;
  • Atraso na menstruação;
  • Menstruar duas vezes no mês;
  • Dores insuportáveis durante o período;
  • Presença de grandes coágulos junto à menstruação;
  • Presença de sangue nas fezes durante o período menstrual;
  • Alteração na cor da menstruação;
  • Se você está na menopausa e ainda apresenta sangramentos.

Esses são os sinais mais comuns que devem ser comentados com ginecologista, pois podem ser sinais de gravidez e até mesmo sintomas da endometriose, um processo inflamatório que pode levar a infertilidade.

Alterações na vagina e vulva

Tanto a vagina (parte interna), quanto a vulva (parte externa), merece a atenção regular da mulher, e é importante avisar o ginecologista quando:

  • Sentir odor forte;
  • Dor durante o ato sexual;
  • Dor ou sensação de desconforto vaginal, ao apalpar;
  • Secura ou irritação da mucosa vaginal;
  • Presença de corrimento ou secreção intensa;
  • Tom de pele da vulva anormal;
  • Coceira, dor ou queimação na vulva;
  • Presença de nódulos ou caroços na região da vulva ou entrada da vagina.

Mesmo que esses sintomas possam ter desaparecido antes da consulta ginecológica, não deixe de avisar o profissional, que pode fazer uma avaliação clínica ou solicitar algum exame que ajuda a verificar se está tudo bem ou se é algo que requer um tratamento.

A saber, o câncer de vulva, embora muito raro, pode ser confundido com uma ferida ou uma coceira qualquer, e o diagnóstico precoce é o que faz a diferença na saúde a longo prazo. 

Sobretudo, sempre leve suas dúvidas ginecológicas  e queixas, pois ele ajudará você a saber o que é normal e o que não é, evitando assim, desconfortos e complicações.

Consulta pós parto

A saber, muitas mulheres deixam de ir às consultas após o nascimento do bebê, seja pela adequação da nova rotina ou porque não sentem a necessidade da visita ginecológica.

Porém, as alterações corporais e fisiológicas ainda continuam, e a consulta pós parto é importante para avaliação da saúde, no que diz respeito à tireoide e pressão alta, por exemplo, que podem afetar até mesmo a amamentação. 

Contudo, a correria para algumas mulheres é grande, e a dica que podemos dar é que anote tudo o que deseja falar em uma consulta com ginecologista, no caso a obstetra é a especialista indicada, inclusive, para escolher o melhor método contraceptivo para sua atual fase.

Tentantes: mulheres que desejam engravidar

Pode ser que você ainda não deseje engravidar, mas saiba que falar sobre fertilidade é um processo especial, e que deve ser considerado antes mesmo da concepção.

Isso porque, a parte reprodutora feminina é cheia de detalhes, e exames preventivos e investigativos podem ser feitos, a fim de garantirem a natalidade futura.

Para as tentantes, conhecer os novos recursos da medicina sobre fertilização in vitro e outros métodos pode ser a alternativa que estavam procurando para a realização do sonho de mãe.

Histórico familiar

Faz parte de qualquer especialidade médica saber a respeito do histórico familiar do paciente, quanto às doenças e sintomas específicos que passam de mãe para filha, por exemplo. 

Doenças como o câncer de mama, diabetes, hipertensão e distúrbios da tireoide, em que houve casos na família, podem fazer com que sua prevenção seja mais cedo do que na maioria das mulheres, o que permite mais chance de diagnóstico e tratamento precoce, com menor desconforto e sofrimento.

Medicamentos de uso contínuo

Seja algum medicamento contraceptivo ou outro, é importante informar ao ginecologista, principalmente, quais são suas reações à ele e possíveis mudanças que tenham sido notadas.

Os medicamentos de uso contínuo podem, ao longo do tempo, ter alguma alteração na eficácia, principalmente quando combinado com outros remédios.

Visitar um ginecologista experiente ajuda na orientação e, se necessário, exames serão solicitados. A partir dos resultados, o médico irá verificar se deve ou ser trocado o medicamento. 

Estilo de vida

O médico neste momento é o seu melhor amigo, portanto, falar sobre seus hábitos, bons e ruins, o ajudam a fornecer o melhor atendimento, relacionando, se for o caso, sintomas de saúde com o seu estilo de vida.

Então, fale sobre alimentação, ingestão de bebidas, uso de cigarro, substâncias químicas, atividades físicas, sua rotina de trabalho e lazer, pois são informações importantes e que ajudam a conduzir a consulta para um nível mais satisfatório.

Quando foi sua última visita ao ginecologista?

Certamente, os assuntos abordados aqui lhe trouxeram várias dúvidas quanto à sua saúde, não é mesmo? Então, aproveite para marcar uma consulta com a Dra. Patrícia Varella e ficar de bem consigo mesma.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana Assistida

Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), também fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na mesma instituição.
CRM-SP nº 93928