Quem tem Síndrome do Ovário Policístico pode engravidar?
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é, por muitas vezes, uma das causas na dificuldade para engravidar. E essa é uma das maiores dúvidas das pacientes. Mas, felizmente, a resposta é sim. É possível realizar tratamentos para reverter o quadro de infertilidade.
O que é a Síndrome do Ovário Policístico?
Uma mulher que apresenta a síndrome do ovário policístico possui uma série de cistos no ovário. Os cistos são pequenas bolsas cheias de líquidos que geralmente se formam a partir dos folículos ovarianos.
Durante os meses, a mulher libera um óvulo, processo conhecido como ovulação. O óvulo é a célula reprodutora feminina e deve ser fecundado pelo espermatozóide masculino. É assim que se inicia a gravidez.
Porém, há casos em que o folículo não consegue liberar o óvulo, o líquido permanece dentro dele e um cisto folicular é formado. Também apresenta situações em que o óvulo é liberado, mas ainda assim um cisto é gerado. Esse cisto pode conter uma pequena quantidade de sangue em seu interior.
Os cistos alteram consideravelmente o tamanho do ovário, e podem afetar a formação de novos óvulos e a fertilidade da mulher. A síndrome do ovário policístico não apresenta uma causa clara, mas especialistas acreditam que seja um fator genético.
Pacientes que têm mãe, irmãs ou tias com a síndrome do ovário policístico, têm maior chance de desenvolver o problema.
Outra causa da ocorrência do ovário policístico é a resistência à ação da insulina no corpo. Especialistas afirmam que o aumento da insulina pode provocar desequilíbrios hormonais, que levam a formação de cistos.
Cerca de 20% das mulheres apresentam essa alteração hormonal, sendo mais comum entre elas. A síndrome do ovário policístico só ocorre na idade fértil, entre os 13 e 45 anos.
Quais são os sintomas de Ovários Policísticos?
Muitas mulheres se queixam de dores abdominais e inchaço durante o ciclo e isso é um dos principais sintomas da síndrome do ovário policístico. Porém, normalmente, existem outras queixas dos sintomas, que são:
- Ausência da menstruação: a menstruação possui três etapas, a menstruação, fase folicular e a fase lútea, porém esse ciclo não se completa;
- Acnes: os hormônios acabam liberando uma oleosidade excessiva na pele e as acnes aparecem em grande quantidade;
- Voz engrossa: os hormônios estão alterados incluindo a testosterona, hormônio masculino, fazendo com que a voz da mulher fique mais grave do que o normal;
- Pelos engrossam e em excesso: um dos sintomas mais frequentes em mulheres que têm SOP. O buço, pernas, axilas e outras áreas onde os pelos devem ser finos, se tornam grossos e acabam incomodando as mulheres.
Quais exames diagnosticam a Síndrome do Ovário Policístico?
A síndrome do ovário policístico pode ser detectada através de exames hormonais, como os exames de progesterona, estrogênio, FSH, LH e também um exame de ultrassonografia transvaginal dos ovários.
Uma mulher com a síndrome do ovário policístico não ovula como deveria, por isso, muitos médicos acabam receitando tratamentos com anticoncepcionais.
Quem tem ovário policístico pode engravidar naturalmente?
As mulheres que apresentam a síndrome do ovário policístico têm sua vida reprodutiva alterada.
O período fértil regular de uma mulher tem duração de aproximadamente 28 dias e corresponde ao intervalo entre uma menstruação e outra. Geralmente no 14.º dia após o primeiro dia da última menstruação, a mulher libera seu óvulo, estando disponível nas trompas uterinas, aguardando a fertilização do espermatozóide.
Além desta data de ovulação, o tempo fértil consiste nos três dias antes e três dias depois do previsto para a ovulação. É importante intensificar a prática sexual durante todos esses sete dias, para que haja maior chance de gravidez.
Em situações de anovulação ou irregularidade, apesar de dificultar a gravidez natural, não a impede. Uma vez que a mulher pode conseguir ovular e o óvulo pode ser fecundado caso haja relação sexual sem nenhum método contraceptivo.
Como aumentar a fertilidade?
Para aumentar a fertilidade quando se apresenta a síndrome de ovário policístico, é essencial que o tratamento seja feito de acordo com seu ginecologista, sendo normalmente recomendado:
- Pílula anticoncepcional: o uso de pílula anticoncepcional contém formas artificiais de estrogênios e progesterona que regulam a ovulação. Nao é possivel engravidar enquanto se faz o tratamento, mas pode regular o ciclo;
- Uso de clomifeno: medicamento que estimula a ovulação, aumentando o número de óvulos produzidos e facilitando a existência de período fertil mais regular;
- Injeções de hormônios: as injeções são usadas quando o clomifeno não apresenta efeito esperado.
Indução da ovulação
Para engravidar, o especialista pode prescrever medicamentos para induzir a ovulação. Durante cinco dias, dependendo de seu ciclo, a mulher recebe uma dose diária do indutor.
A indução da ovulação com coito programado é a técnica de produção humana assistida mais recomendada neste caso.
Toda mulher que induz a ovulação precisa fazer um acompanhamento especializado com ultrassonografias. Desde o início do ciclo até a ovulação, em dias determinados, verificando se o tratamento está sendo eficiente para a paciente. Além disso, se houver sobrepeso ou obesidade, para que este favor seja melhorado.
A normalização do índice de massa corporal (IMC) favorece o tratamento da fertilidade, e na saúde geral da mulher.
Fertilização in vitro (FIV)
Se o coito programado ou a indução não deram resultados positivos, outra possibilidade é a fertilização in vitro (FIV). O tratamento requer indução da ovulação e acompanhamento constante tanto do ginecologista quanto de exames de imagem.
A taxa de sucesso da fertilização in vitro depende de alguns fatores, como:
- Idade da mulher: quanto mais nova, maior a chance de gravidez;
- Qualidade dos óvulos, espermatozoides e embriões;
- Qualidade do endométrio (camada interna do útero);
- Transferência dos embriões.
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Artigo escrito pela Dra. Patrícia Varella
Ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana assistida
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana AssistidaMédica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), também fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na mesma instituição.
CRM-SP nº 93928