Reprodução Humana: conheça as técnicas mais utilizadas

Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana Assistida

As técnicas de Reprodução Humana ou Reprodução Assistida (RA) são caminhos para realizar o sonho de gerar um filho, quando isso não é possível só pelos meios naturais. É importante se inteirar sobre o assunto e contar com a ajuda de um bom profissional para escolher a melhor opção.

No conteúdo de hoje você vai conhecer melhor a reprodução assistida, suas normas e as técnicas mais comuns. Tenha uma boa leitura!

Reprodução humana assistida

O que é a reprodução humana assistida?

A “REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA” é um tratamento no qual os gametas são manipulados para facilitar — ou possibilitar — a formação de um embrião. São produzidas as condições necessárias para a fecundação, seja com o uso de medicações ou com a manipulação em laboratório.

 Esse processo é recomendado em diversas situações, como:

  • para casais heteroafetivos com problemas de fertilidade, identificados após 12 meses de tentativas sem sucesso na gestação;
  • para casais homoafetivos;
  • para mulheres que desejam adiar a gravidez, seja por motivos profissionais, pessoais ou de saúde;
  • para pessoas que querem formar famílias monoparentais, desejando gerar um filho mesmo sem ter um parceiro.

Para cada situação existe uma técnica mais indicada. Antes de nos aprofundarmos nos métodos, porém, vale conhecer as principais normas do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a reprodução assistida.

Quais são as normas principais sobre a reprodução assistida?

O CFM tem um conjunto de normas quanto à reprodução humana assistida, que foram revisitadas e atualizadas em 2022. A seguir, você confere uma lista com as principais informações:

  • A RA é permitida para mulheres de até 50 anos de idade, a menos que hajam comprovações médicas de que a paciente tem condições para se submeter ao processo;
  • Os mesmos direitos são garantidos para casais legalmente casados, casais sem matrimônio e famílias monoparentais;
  • Nos casos de fertilização in vitro a paciente pode determinar quantos embriões serão transferidos a fresco para seu útero;
  • Os pacientes determinam o que deve ser feito com embriões descartados, assim como embriões congelados caso não sejam usados por motivos de morte ou separação do casal;
  • Os casais homoafetivos masculinos devem contar com um útero de substituição de uma parente de até 4º grau, ou fazer uma solicitação alegando uma situação de excepcionalidade.

Você pode conferir mais detalhes sobre as normas no site do CFM ou conversando com seu médico responsável.

Quais são as técnicas mais utilizadas para a reprodução humana assistida?

Para determinar a melhor técnica de reprodução humana a ser seguida, é necessário que os pacientes se submetam a uma série de avaliações. As mulheres devem fazer exames de sangue e uma ultrassonografia transvaginal, por exemplo, enquanto os homens fazem o espermograma, exames de sangue e a biópsia dos testículos. Confira a seguir as técnicas mais utilizadas para a RA!

Coito programado

Essa é uma técnica de baixa complexidade, que se inicia com a administração de hormônios para estimular a produção de folículos. O ginecologista determina essa dosagem e acompanha todo o desenvolvimento, realizando ultrassonografias para avaliar a situação dos ovários. 

Quando os folículos atingem o tamanho adequado, são administrados outros hormônios para estimular a produção de óvulos. O casal é orientado, então, a manter relações sexuais nas próximas 36 horas, quando as chances de engravidar serão maiores. Essa é uma das técnicas mais simples de RA, em que as intervenções médicas e laboratoriais são mínimas.

Inseminação artificial

A inseminação artificial também é uma técnica de baixa complexidade, se iniciando com a estimulação ovariana como no método anterior. São selecionados espermas com as melhores condições para o processo, sendo coletados do parceiro da paciente ou de um doador.

Esses espermas são implantados dentro do útero da paciente, facilitando sua fecundação com o óvulo. Assim, o embrião ainda é formado dentro do corpo da mulher, mas não a partir da relação sexual.

Fertilização In Vitro

A FIV é um procedimento de alta complexidade, no qual o embrião é formado fora do corpo da mulher. Tudo começa com a estimulação ovariana, sendo preciso mais folículos que nos exemplos anteriores.

Depois dessa estimulação, os óvulos são coletados a partir de uma punção. São selecionados os melhores gametas e, então, eles são colocados em encubadoras junto com os espermatozóides. 

Os embriões formados podem ser congelados ou implantados no útero da paciente. Isso depende dos seus desejos e das suas necessidades. 

Ingeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICS)

A injeção citoplasmática de espermatozóides segue o mesmo caminho da fertilização in vitro, mas os gametas são fecundados por meio da injeção de um esperma dentro do óvulo.

Esse procedimento é indicado quando a FIV não é suficiente para a fertilização, o que pode acontecer devido a problemas mais graves nos espermas do parceiro, por exemplo.

Congelamento de óvulos

O congelamento também é realizado com as mesmas técnicas da fertilização in vitro. Ao invés de o embrião ser implantado no útero da mulher assim que possível, porém, ele é congelado para uso no futuro.

Uma mulher pode escolher congelar seus óvulos por diferentes motivos. As pacientes com câncer optam por esse procedimento para proteger seus gametas dos efeitos da quimioterapia, por exemplo. Por outro lado, existem mulheres que decidem por uma gravidez tardia para realizar outras metas e objetivos primeiro.

Para iniciar um procedimento de reprodução assistida, é importante contar com um bom profissional. Avalie o currículo e a experiência do ginecologista, mas observe também se você se sente seguro e confortável com o especialista. Esse pode ser um momento muito delicado na sua trajetória, então escolha um médico com postura acolhedora e compreensiva diante das suas demandas.

A reprodução humana assistida possui muitas variações com o objetivo de atender às mais diferentes demandas. As técnicas utilizadas nesse processo estão cada vez mais avançadas, trazendo mais assertividade nos resultados e contribuindo para um número cada vez maior de famílias.

Espero que você tenha gostado do conteúdo de hoje. Se ficou com alguma dúvida sobre a reprodução humana assistida ou quer conversar mais sobre algum procedimento, não deixe de entrar em contato e agendar uma consulta.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana Assistida

Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), também fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na mesma instituição.
CRM-SP nº 93928