Sexualidade Feminina

Antes de mais nada, por razões culturais, o sexo era visto, até a pouco tempo atrás, como algo ligado apenas a reprodução. Toda forma e jeito de prazer era totalmente reprimido. Às vezes, era considerado também pecaminoso e moralmente condenável.

Em suma, esses fatos acometiam principalmente as mulheres. Muitas vezes, eram forçadas a se relacionar com pessoas que não queriam, e sua função, basicamente, era a geração de  filhos. Além disso, segundo estudiosos, a marginalização da sexualidade tem raízes firmadas na história. 

O sexo é inerente à vida e saúde do ser humano, por isso merece atenção como qualquer outro aspecto da saúde. Ao longo do tempo, o comportamento sexual feminino sofreu transformações expressivas, principalmente após a pílula anticoncepcional e o controle da natalidade.

Por estas e muitas outras razões, a sexualidade feminina é considerada tabu para muitos.

Sexualidade ao longo da história

De antemão, o surgimento tardio da ginecologia como uma especialidade dentro da medicina mostra como a questão não era levada em questão nos séculos passados. Ou acreditava-se que o assunto não tinha a devida importância.

Além disso, mesmo após seu surgimento, ela se resumia a pensar e estudar a mulher como um corpo determinado somente à reprodução. Ou seja, a medicina desconhecia o orgasmo feminino. Somente a partir do século passado, quando o campo da sexologia avançou, é que começou o estudo acerca do assunto.

A partir deste ponto, iniciou-se um combate a vários mitos relacionados à sexualidade feminina.E um dos principais, e mais combatidos, pasmem, até hoje é a mulher como objeto sexual do homem. Ainda hoje há pessoas que pensam deste modo sobre o assunto, o que torna tudo bastante complicado.

Tabus e complexidade

A sexualidade feminina é mais complexa que a masculina, pois envolve algumas necessidades de carinho, respeito e compreensão, que precisam ser conhecidas e supridas quando o assunto é sexualidade. 

Existem também muitos aspectos fisiológicos que proporcionam à mulher uma capacidade melhor de experimentar seu próprio corpo, como as sensações que antecedem a menstruação, aumento dos seios, as alterações hormonais e psíquicas ligadas à fase do ciclo e até mesmo o sangramento menstrual. Todos esses fatores favorecem a mulher uma ligação maior com seu próprio corpo, bem como uma consciência corporal bem resolvida.

Durante a vida sexual é possível que a mulher apresente alguns problemas em relação à sua sexualidade. A maioria dos distúrbios sexuais femininos pode ser tratada. Os mais comuns são: falta de desejo sexual, incapacidade de obter orgasmo e dor durante a relação sexual. 

Além disso, é importante conhecer sobre as propagação e riscos das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo as hepatites virais. 

Sexo: Essencial para as mulheres

A primeira vista, segundo projeto de pesquisa sobre sexuliadade da Usp, divulgada em 2016, o sexo é considerado essecial tanto para mulheres, quanto para homens. Contudo, a maioria delas que participou das pesquisas afirmaram ter dificuldade para sentir prazer na relação sexual. Isto deve-se, contudo, por não conhecerem seu corpo, ou seja, por não se masturbarem ou não saberem como se excitar. 

Em outras palavras, isto parte muito do desejo e da vontade de cada mulher. Como dito anteriormente, fatores externos podem sim, influenciar na questão.

Corpo da mulher

Ainda hoje, muitas mulheres se sentem insatisfeitas com o próprio corpo. E muitas das motivações, é justamente agradar outras pessoas, e não elas mesmas. É claro, que existem aquelas que realmente querem mudar para se sentirem mais seguras, porém o número das que pensam o primeiro modo é grande.

O Brasil, atualmente, é o campeão no quesito de realização de cirurgias plásticas íntimas: Apenas em 2014, 15.812 mulheres passaram pelo procedimento. A mais realizada é a ninfoplastia. Porém, o país também realiza plásticas de clitoroplastia, cirurgia que reduz o volume do clítoris e aumenta sua área de exposição.

Para entendermos ainda melhor esse universo complexo, listamos alguns mitos e verdades relacionados à sexualidade feminina.

Mitos e verdades sobre a sexualidade feminina

De antemão, como dito anteriormente, são inúmeros os mitos que envolvem a sexualidade e o prazer feminino. E muitos, até hoje, permanecem mistificados pela sociedade.

Por uma questão fisiológica, a mulher tem condições de adquirir um sentimento bem íntimo ao seu corpo, o que lhe favorece quando o assunto é auto conhecimento. As mudanças hormonais e psicológicas decorrentes do ciclo menstrual fazem com que a mulher estabeleça relações íntimas com a sua sexualidade.

Assim, entre os principais mitos e verdades, podemos citar:

  1. Masturbação pode atrapalhar o prazer sexual com o parceiro

Mito. É justamente ao contrário do que se pensa. A masturbação feminina garante o auto conhecimento, revelando que as partes que deixam a mulher excitada, bem como os locais que a mesma gosta de ser tocada na hora do sexo.

  1. Mulheres não tem tanto desejo sexual quanto homens

Verdade. Eles pensam muitos mais em sexo do que elas, sentem mais desejo. Mulheres não sentem necessidade de pensar nisso ao longo do dia. Contudo, o desejo sexual feminino existe, e deve ser explorado!

  1. Orgasmo feminino é difícil de alcançar

Mito. É fácil. Por isso a importância do autoconhecimento. Se a mulher está relaxada e o parceiro for empenhado, pode garantir sensações únicas e prolongadas.

  1. Mulheres sentem prazer apenas no clítoris

Mito. Realmente, é mais fácil sentir prazer na excitação do clítoris. É o chamado Gatilho do prazer. Porém, não é só por ele que a mulher pode atingir o orgasmo.

  1. Apenas homens podem proporcionar prazer a uma mulher

Mito. Ninguém é responsável pelo prazer de ninguém. Quando a mulher se conhece plenamente, não precisa necessariamente de um parceiro. Óbvio que a participação masculina também tem papel fundamental.

  1. Ejaculação feminina

A princípio, isto é bem relativo. Há mulheres que conseguem e outras que não. O estímulo do ponto G favorece bastante, porém é preciso que ele esteja muito conectado com o cérebro, no momento do ato.
Em suma, é de extrema  importância  procurar a ajuda de um ginecologista para que ele possa esclarecer todos esses pontos importantes relacionados à sexualidade feminina. Agenda sua consulta com a Dra. Patrícia Varella!

INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dra. Patrícia Varella Especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana Assistida

Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), também fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia na mesma instituição.
CRM-SP nº 93928

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